A Resolução BCB nº 519/2025 e as novas regras de conformidade para prestadoras de serviços de ativos virtuais
O ecossistema financeiro brasileiro entrou em uma nova fase. A Resolução BCB nº 519/2025 não é apenas mais uma norma: é um marco regulatóriopa para todo o mercado de prestadores de serviços de ativos virtuais, instituições de pagamento e intermediários que operam com câmbio, valores mobiliários e criptoativos.
Para muitos players, a mudança desperta preocupação. Para outros, revela o início de uma era mais madura, mais integrada e menos permissiva a brechas operacionais. O ponto é simples: o setor deixa de operar em um ambiente de zonas cinzentas e passa a responder a padrões de governança que historicamente eram exigidos apenas de instituições financeiras tradicionais.
E esse movimento transforma tudo.
O que realmente muda com a Resolução BCB nº 519/2025
A resolução apresenta um pacote estruturante de obrigações que reposiciona as sociedades prestadoras de serviços de ativos virtuais (SPSAVs) em um patamar semelhante ao de corretoras e distribuidoras reguladas. Os principais impactos incluem:
1. Autorização e supervisão mais rígidas
A atuação passa a depender de requisitos robustos de governança, capacidade técnica, estrutura societária transparente e documentação que comprove a aderência operacional.
Empresas que dependem de processos manuais terão dificuldade em atender aos novos critérios.
2. Exigência de controles formais e auditáveis
A resolução exige que políticas, procedimentos e fluxos de onboarding e monitoramento não apenas existam, mas sejam demonstráveis, reprodutíveis e registrados. Isso significa que decisões intuitivas ou baseadas em “bom senso” deixam de ser aceitas.
3. Fortalecimento das práticas de prevenção à fraude e lavagem de dinheiro
A análise de risco deixa de ser “transacional” e passa a ser sistêmica: perfil de cliente, comportamento, vínculos, exposição setorial, inconsistências documentais, padrões anômalos e fontes externas passam a ser considerados em bloco, não isoladamente.
4. Ampliação do escopo de responsabilidade dos prestadores
Instituições que oferecem serviços de ativos virtuais passam a responder solidariamente por falhas de due diligence em parceiros, correspondentes e terceiros. A terceirização deixa de ser zona de conforto.
5. Padronização de processos de onboarding
Os requisitos mínimos de coleta, verificação, rastreabilidade e validação tornam-se equivalentes aos aplicados em obrigações de instituições financeiras plenamente reguladas. Quem ainda opera com cadastros fragmentados terá impacto imediato.
6. Monitoramento contínuo obrigatório
Não se trata de “revisões periódicas”, mas de acompanhamento ativo, baseado em parâmetros dinâmicos e alimentado por múltiplas fontes de dados. Sem automação, o monitoramento contínuo é inviável.
Por que essa mudança exige uma nova mentalidade?
Porque o regulador deixou claro que o centro de tudo é a capacidade de tomar decisões de risco rápidas, fundamentadas e auditáveis. E isso só é possível quando a empresa estrutura:
- um motor de decisão consistente,
- fluxos parametrizados,
- evidências automáticas de cada etapa,
- integração de bureaus,
- governança acionável e atualizada.
Não é mais possível sustentar operações de risco com planilhas, e-mails ou validações manuais. A resolução expõe uma verdade que muitos evitavam admitir: a complexidade do ambiente superou a capacidade humana de acompanhar sem tecnologia.
Onde está a oportunidade estratégica?
Aqueles que se anteciparem, assumirem a maturidade regulatória e estruturarem seus sistemas de decisão ganham vantagem competitiva. Por quê? Porque o mercado passa a confiá-los como players capazes de operar com segurança, escala e credibilidade. Enquanto isso, concorrentes que não se adaptarem serão naturalmente excluídos de parcerias, investidores e canais regulados.
A resolução cria um novo padrão — e quem estiver pronto se torna referência.
FAQ: Perguntas frequentes sobre a Resolução BCB nº 519/2025
1. Quem é impactado diretamente pela Resolução 519/2025?
Prestadoras de serviços de ativos virtuais, corretoras de câmbio, distribuidoras de valores mobiliários e instituições que atuam em intermediação de ativos digitais.
2. A resolução exige uma nova autorização para operar?
Sim. Ela redefine critérios estruturais de governança, capacidade técnica, controles internos e documentação. Empresas sem estrutura formal precisarão se adequar.
3. O que muda no onboarding de clientes?
O processo deve ser documentado, auditável, automatizado e rastreável. Checagens fragmentadas deixam de atender ao padrão mínimo.
4. Será necessário utilizar múltiplas fontes de dados?
Sim. A resolução pressupõe análises multicamadas: documentos, biometria, listas restritivas, vínculos, comportamento e elementos transacionais.
5. Posso continuar usando processos manuais?
Processos manuais isolados não atendem ao novo padrão. Fluxos automatizados permitirão cumprir exigências com eficiência e escala.
6. Como isso afeta parcerias e terceiros?
A responsabilidade solidária aumenta o risco para empresas que dependem de parceiros sem controles equivalentes.
Como as empresas podem se preparar imediatamente
- Mapear os fluxos atuais de onboarding, PLD/FT e monitoramento contínuo.
- Identificar pontos de fragilidade, redundâncias e lacunas de integração.
- Estruturar um motor de decisão que centralize regras, políticas e evidências.
- Automatizar checagens que hoje são manuais.
- Garantir rastreabilidade completa de todas as etapas do ciclo de vida do cliente.
- Adotar plataformas que integrem múltiplos bureaus e apliquem inteligência ao risco.
A questão não é “quando” implementar, o relógio regulatório já está correndo.
O que você pode fazer agora?
As prestadoras de serviços de ativos virtuais que desejam manter competitividade e conformidade precisam acelerar a construção de um sistema de decisão capaz de atender ao novo padrão regulatório. A Resolução BCB nº 519/2025 não exige apenas adequação: exige evolução.
Se a sua empresa precisa entender como adaptar seu onboarding, fortalecer controles e automatizar decisões de risco, fale com um especialista agora e reduza a distância entre o cenário atual e o novo patamar regulatório.
Sobre a VAAS:
A VAAS é uma plataforma desenvolvida para ajudar empresas a atravessar esse novo cenário regulatório com governança, velocidade e inteligência. Ao unificar dados, automatizar fluxos, integrar bureaus e permitir a criação de regras no-code, a VAAS oferece às empresas a capacidade de estruturar seus motores de decisão com precisão e escalabilidade.