Como Implementar o PIX MED 2.0: Guia Prático para Bancos e Fintechs
A partir de 23 de novembro de 2025, o PIX MED 2.0 entra em operação de forma facultativa, abrindo uma janela estratégica para que bancos e fintechs testem, ajustem e escalem seus novos fluxos de conformidade antes que a adoção se torne obrigatória em fevereiro de 2026.
Este é o tipo de transição regulatória que separa instituições reativas das que lideram o mercado. Hoje, a efetividade média na recuperação de valores do PIX é inferior a 7%.
Com o MED 2.0, a projeção é chegar a 80%, mas só alcançará esse patamar quem souber integrar tecnologia, governança e velocidade, sem ruídos, sem improvisos e sem subestimar o nível de complexidade envolvido.
O objetivo deste guia é conduzir você por uma jornada clara, prática e estratégica para iniciar a implementação do MED 2.0 ainda no período facultativo, garantindo vantagem competitiva e robustez operacional desde o primeiro dia.
Por que o MED 2.0 exige uma nova postura das instituições financeiras
O criminoso evoluiu mais rápido do que os mecanismos tradicionais de compliance.
A pulverização instantânea de valores esvazia contas-laranja em minutos. Enquanto isso, processos internos lentos seguem prendendo instituições a análises manuais, comunicação fragmentada e baixa eficácia.
.O propósito do MED 2.0 é claro: rastrear, bloquear e recuperar valores em cadeia, com profundidade e velocidade que antes eram impossíveis.
Mas apenas instituições com fluxos integrados vão conseguir chegar lá.
Guia de Implementação do PIX MED 2.0 para Bancos e Fintechs
A seguir apresentamos um roteiro estruturado para facilitar a adoção interna, reduzir riscos e acelerar a conformidade.
Passo 1: Ajuste Regulatórios e Contratuais
O primeiro trabalho do seu time de compliance deve ser revisar contratos e preparar atualizações obrigatórias.
Pontos críticos a implementar:
- Inserir cláusula que permita bloquear e debitar valores sem autorização prévia do cliente diante de fundada suspeita de fraude em transações PIX.
- Garantir que a comunicação da alteração contratual seja realizada dentro dos prazos e formatos adequados.
- Para clientes PJ que operam Pix Automático, incluir cláusula específica para débitos em caso de falhas do PSP do pagador.
- Definir processo interno para encerramento de relacionamento quando o cliente não aceitar as alterações, prática exigida pelo Banco Central.
A jornada do MED 2.0 começa pela governança jurídica. Sem ela, qualquer etapa seguinte é tecnicamente inválida.
Passo 2: Integração Tecnológica e Fluxo de Recuperação em Cadeia
Para operar o novo modelo, sua infraestrutura deve ser capaz de:
- Rastrear valores em até cinco camadas de contas subsequentes, seguindo instruções do DICT ou priorização do PSP do pagador.
- Executar bloqueios automáticos e imediatos ao receber uma Notificação de Infração.
- Suportar criação de notificação de infração em até 10 minutos após a contestação do usuário.
- Realizar devoluções totais ou parciais conforme saldo disponível.
- Manter um fluxo de monitoramento de 90 dias quando houver rejeição por falta de saldo (exceto em Pix Automático).
O MED 2.0 será inviável sem automação. A implementação tecnológica não pode depender de processos manuais ou análise humana fora de turno.
Passo 3: Criar o Autoatendimento Digital para o Usuário
O MED 2.0 transforma o usuário no ponto inicial do fluxo, e isso exige um módulo de contestação estruturado no app.
O aplicativo precisa oferecer:
- Abertura de contestação diretamente na interface PIX.
- Registro imediato da demanda e disparo automático da Notificação de Infração no DICT.
- Consulta do status do processo (em análise, aprovado, rejeitado, cancelado).
- Acompanhamento de valores devolvidos e prazo remanescente de devoluções complementares.
Na prática, essa camada é tão importante quanto a tecnologia de rastreamento em cadeia. Sem uma boa experiência do usuário, o fluxo quebra na origem.
Passo 4: Regras Específicas para o Pix Automático
No Pix Automático, a responsabilidade do PSP pagador é ampliada.
O que muda:
- Se a falha operacional for confirmada, o ressarcimento é imediato com recursos próprios do PSP pagador.
- Só depois disso é permitido tentar recuperar o valor via solicitação de devolução com o motivo “pix_automatico”.
- Monitoramento de saldo na conta do recebedor não é obrigatório nesse caso.
Essa regra mudará de forma significativa a contabilização de riscos operacionais no Pix Automático.
Como pensar o MED 2.0 estrategicamente
O MED 2.0 é um sistema de defesa ativa, que exige inteligência contínua, automação e capacidade de resposta em minutos, não em horas. As instituições que tratarem o MED 2.0 apenas como obrigação legal perderão eficiência, escala e reputação.
As que o tratarem como plataforma para fortalecimento estrutural de risco sairão na frente em governança e confiança do mercado.
FAQ: As Principais Dúvidas Sobre o PIX MED 2.0
- O que é, tecnicamente, a Recuperação de Valores?
É o procedimento que permite rastrear, bloquear e devolver valores suspeitos em até cinco camadas subsequentes de contas. Pode ser iniciado pelo DICT ou pelo PSP do pagador. - O bloqueio cautelar passa a incluir Pessoas Jurídicas
Não ainda. O bloqueio cautelar segue restrito a PF, mas o Banco Central estuda estendê-lo a contas PJ devido ao aumento de fraudes utilizando MEIs. - O que acontece se o PSP do recebedor aceitar a Notificação de Infração, mas não houver saldo?
A aceitação é uma decisão de mérito sobre a fraude, não sobre o saldo.
Se a devolução for solicitada depois e não houver saldo, a instituição rejeita por “no_balance”, mas deve monitorar a conta por 90 dias. - O que é considerada “Fundada Suspeita de Fraude”?
Qualquer golpe ou crime, mesmo com autorização legítima do usuário (senha/biometria). Inclui engenharia social, sequestro relâmpago, invasão de conta, entre outros. Não inclui desacordos comerciais. - O GE-Seg é obrigatório para quem?
É um grupo permanente dentro do Fórum Pix, responsável por padrões de segurança e mitigação de riscos. Todas as instituições devem acompanhar suas diretrizes.
MED 2.0 é velocidade, inteligência e autonomia. O momento de agir é agora
O momento facultativo não é um período de conforto, é um período de vantagem. Os bancos e fintechs que estruturarem seu MED 2.0 agora chegarão à obrigatoriedade com processos maduros, automações afinadas e risco operacional reduzido.
Não basta cumprir a lei. É preciso superar o modelo atual, que opera com 7% de sucesso, e entrar na era da recuperação inteligente de valores, onde 80% é a nova referência.
Você decide se quer entrar nessa jornada como espectador ou protagonista.
Sobre a VAAS
A VAAS é uma plataforma de decisão que automatiza fluxos de onboarding, compliance, prevenção à fraude e crédito. Integra mais de 40 bureaus de dados em fluxos no-code e agentes AI, permitindo que empresas acelerem decisões de risco com inteligência, escala e autonomia.
Se você deseja implementar o PIX MED 2.0 com velocidade, automação e segurança, entre em contato com a VAAS e transforme sua área de risco em um vetor de eficiência operacional.