Como Implementar o PIX MED 2.0: O Guia Prático para Bancos e Fintechs

A partir de 23 de novembro de 2025, o PIX MED 2.0 entra em operação de forma facultativa, abrindo uma janela estratégica para que bancos e fintechs testem, ajustem e escalem seus novos fluxos de conformidade antes que a adoção se torne obrigatória em fevereiro de 2026. Confira neste guia, como sair na frente e implementar ainda na fase facultativa.
O MED 2.0, previsto na Resolução BCB nº 493/2025, habilita o bloqueio automático em múltiplas camadas e redefine a resposta das instituições à fraude.

Sumário

Como Implementar o PIX MED 2.0: Guia Prático para Bancos e Fintechs

A partir de 23 de novembro de 2025, o PIX MED 2.0 entra em operação de forma facultativa, abrindo uma janela estratégica para que bancos e fintechs testem, ajustem e escalem seus novos fluxos de conformidade antes que a adoção se torne obrigatória em fevereiro de 2026.

Este é o tipo de transição regulatória que separa instituições reativas das que lideram o mercado. Hoje, a efetividade média na recuperação de valores do PIX é inferior a 7%.
Com o MED 2.0, a projeção é chegar a 80%, mas só alcançará esse patamar quem souber integrar tecnologia, governança e velocidade, sem ruídos, sem improvisos e sem subestimar o nível de complexidade envolvido.

O objetivo deste guia é conduzir você por uma jornada clara, prática e estratégica para iniciar a implementação do MED 2.0 ainda no período facultativo, garantindo vantagem competitiva e robustez operacional desde o primeiro dia.

Por que o MED 2.0 exige uma nova postura das instituições financeiras

O criminoso evoluiu mais rápido do que os mecanismos tradicionais de compliance.

A pulverização instantânea de valores esvazia contas-laranja em minutos. Enquanto isso, processos internos lentos seguem prendendo instituições a análises manuais, comunicação fragmentada e baixa eficácia.

.O propósito do MED 2.0 é claro: rastrear, bloquear e recuperar valores em cadeia, com profundidade e velocidade que antes eram impossíveis.

Mas apenas instituições com fluxos integrados vão conseguir chegar lá.

Guia de Implementação do PIX MED 2.0 para Bancos e Fintechs

A seguir apresentamos um roteiro estruturado para facilitar a adoção interna, reduzir riscos e acelerar a conformidade.

Passo 1: Ajuste Regulatórios e Contratuais

O primeiro trabalho do seu time de compliance deve ser revisar contratos e preparar atualizações obrigatórias.

Pontos críticos a implementar:

  • Inserir cláusula que permita bloquear e debitar valores sem autorização prévia do cliente diante de fundada suspeita de fraude em transações PIX.
  • Garantir que a comunicação da alteração contratual seja realizada dentro dos prazos e formatos adequados.
  • Para clientes PJ que operam Pix Automático, incluir cláusula específica para débitos em caso de falhas do PSP do pagador.
  • Definir processo interno para encerramento de relacionamento quando o cliente não aceitar as alterações, prática exigida pelo Banco Central.

A jornada do MED 2.0 começa pela governança jurídica. Sem ela, qualquer etapa seguinte é tecnicamente inválida.

Passo 2: Integração Tecnológica e Fluxo de Recuperação em Cadeia

Para operar o novo modelo, sua infraestrutura deve ser capaz de:

  • Rastrear valores em até cinco camadas de contas subsequentes, seguindo instruções do DICT ou priorização do PSP do pagador.
  • Executar bloqueios automáticos e imediatos ao receber uma Notificação de Infração.
  • Suportar criação de notificação de infração em até 10 minutos após a contestação do usuário.
  • Realizar devoluções totais ou parciais conforme saldo disponível.
  • Manter um fluxo de monitoramento de 90 dias quando houver rejeição por falta de saldo (exceto em Pix Automático).

O MED 2.0 será inviável sem automação. A implementação tecnológica não pode depender de processos manuais ou análise humana fora de turno.

Passo 3: Criar o Autoatendimento Digital para o Usuário

O MED 2.0 transforma o usuário no ponto inicial do fluxo, e isso exige um módulo de contestação estruturado no app.

O aplicativo precisa oferecer:

  • Abertura de contestação diretamente na interface PIX.
  • Registro imediato da demanda e disparo automático da Notificação de Infração no DICT.
  • Consulta do status do processo (em análise, aprovado, rejeitado, cancelado).
  • Acompanhamento de valores devolvidos e prazo remanescente de devoluções complementares.

Na prática, essa camada é tão importante quanto a tecnologia de rastreamento em cadeia. Sem uma boa experiência do usuário, o fluxo quebra na origem.

Passo 4: Regras Específicas para o Pix Automático

No Pix Automático, a responsabilidade do PSP pagador é ampliada.

O que muda:

  • Se a falha operacional for confirmada, o ressarcimento é imediato com recursos próprios do PSP pagador.
  • Só depois disso é permitido tentar recuperar o valor via solicitação de devolução com o motivo “pix_automatico”.
  • Monitoramento de saldo na conta do recebedor não é obrigatório nesse caso.

Essa regra mudará de forma significativa a contabilização de riscos operacionais no Pix Automático.

Como pensar o MED 2.0 estrategicamente

O MED 2.0 é um sistema de defesa ativa, que exige inteligência contínua, automação e capacidade de resposta em minutos, não em horas. As instituições que tratarem o MED 2.0 apenas como obrigação legal perderão eficiência, escala e reputação.

As que o tratarem como plataforma para fortalecimento estrutural de risco sairão na frente em governança e confiança do mercado.

FAQ: As Principais Dúvidas Sobre o PIX MED 2.0

  1. O que é, tecnicamente, a Recuperação de Valores?
    É o procedimento que permite rastrear, bloquear e devolver valores suspeitos em até cinco camadas subsequentes de contas. Pode ser iniciado pelo DICT ou pelo PSP do pagador.

  2. O bloqueio cautelar passa a incluir Pessoas Jurídicas
    Não ainda. O bloqueio cautelar segue restrito a PF, mas o Banco Central estuda estendê-lo a contas PJ devido ao aumento de fraudes utilizando MEIs.

  3. O que acontece se o PSP do recebedor aceitar a Notificação de Infração, mas não houver saldo?
    A aceitação é uma decisão de mérito sobre a fraude, não sobre o saldo.
    Se a devolução for solicitada depois e não houver saldo, a instituição rejeita por “no_balance”, mas deve monitorar a conta por 90 dias.

     

  4. O que é considerada “Fundada Suspeita de Fraude”?
    Qualquer golpe ou crime, mesmo com autorização legítima do usuário (senha/biometria). Inclui engenharia social, sequestro relâmpago, invasão de conta, entre outros. Não inclui desacordos comerciais.

     

  5. O GE-Seg é obrigatório para quem?
    É um grupo permanente dentro do Fórum Pix, responsável por padrões de segurança e mitigação de riscos. Todas as instituições devem acompanhar suas diretrizes.

MED 2.0 é velocidade, inteligência e autonomia. O momento de agir é agora

O momento facultativo não é um período de conforto, é um período de vantagem. Os bancos e fintechs que estruturarem seu MED 2.0 agora chegarão à obrigatoriedade com processos maduros, automações afinadas e risco operacional reduzido.

Não basta cumprir a lei. É preciso superar o modelo atual, que opera com 7% de sucesso, e entrar na era da recuperação inteligente de valores, onde 80% é a nova referência.

Você decide se quer entrar nessa jornada como espectador ou protagonista.

Sobre a VAAS

A VAAS é uma plataforma de decisão que automatiza fluxos de onboarding, compliance, prevenção à fraude e crédito. Integra mais de 40 bureaus de dados em fluxos no-code e agentes AI, permitindo que empresas acelerem decisões de risco com inteligência, escala e autonomia.

Se você deseja implementar o PIX MED 2.0 com velocidade, automação e segurança, entre em contato com a VAAS e transforme sua área de risco em um vetor de eficiência operacional.

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