Essa transição representa a mudança de um modelo reativo para uma operação de alta performance, onde a agilidade na resposta a infrações se torna um diferencial competitivo e um pilar de governança. A implementação exige que as instituições não apenas se adequem tecnicamente às novas APIs do DICT, mas que também integrem inteligência de dados para identificar o Beneficiário Final (UBO) e interromper cadeias de fraude em segundos, eliminando a dependência de processos manuais lentos.
O que muda na prática: MED 1.0 vs. MED 2.0
A Resolução BCB 493 estabelece critérios técnicos rigorosos para que a segurança deixe de ser um gargalo e se torne infraestrutura de decisão.
| Característica | MED 1.0 (Legado) | MED 2.0 (Resolução 493) |
| Mecanismo de Bloqueio |
Atua apenas na primeira conta recebedora. |
Bloqueio em Cadeia em até 5 camadas subsequentes. |
| Processo de Rastreamento |
Manual, lento e propenso a erros. |
Automatizado via DICT com algoritmos de risco. |
| Taxa de Recuperação |
Histórico inferior a 7%. |
Expectativa de alcance de até 80%. |
| SLA de Resposta |
Análises que levam dias. |
Decisões em segundos via orquestração. |
Os Pilares Técnicos do Bloqueio em Cadeia e Rastreabilidade
O grande salto tecnológico do MED 2.0 é a capacidade de perseguir o dinheiro. No modelo anterior, bastava ao fraudador transferir o valor para uma segunda conta (“conta de passagem”) para que o rastreamento fosse interrompido por silos de dados.
- Bloqueio em Cadeia: O sistema agora rastreia e bloqueia recursos em até cinco níveis de transferências subsequentes. Isso neutraliza a tática de pulverização de ativos.
- Automação via DICT: O Diretório de Identificadores de Contas Transacionais utiliza algoritmos para identificar o fluxo dos recursos e gerar notificações de infração automáticas.
- SLA de 30 Minutos: Conforme o Manual de Tempos do Pix, a abertura da notificação deve ocorrer em no máximo 30 minutos após a reclamação para garantir a eficácia do bloqueio.
Desafios de Compliance: Identificação de UBO e "Contas-Laranja"
A eficiência do MED 2.0 depende da profundidade dos dados de KYC (Know Your Customer) e KYB (Know Your Business). Não basta bloquear o valor; é preciso garantir a conformidade com a Circular BACEN 3.978/20 e a Lei 9.613/98
- Identificação de UBO (Beneficiário Final): O uso de algoritmos que “descascam” as camadas societárias é essencial para identificar quem realmente controla as contas utilizadas para ocultar patrimônio.
- Monitoramento Contínuo: A VAAS permite que, uma vez identificado um fraudador, ele seja bloqueado em toda a rede, evitando que novas contas sejam abertas com os mesmos dados em diferentes camadas da operação.
- Redução de Falsos Positivos: Através de Agentes de IA, a plataforma distingue riscos reais de ruídos estatísticos, garantindo que o bloqueio em cadeia não prejudique clientes legítimos e mantenha a fluidez do negócio.
Roadmap de Implementação e Prazos Mandatórios
A adequação à Resolução BCB 493 possui um cronograma crítico que exige preparação imediata das APIs e dos fluxos de No-Code.
- 23 de novembro de 2025: Início do uso facultativo. Instituições que aderirem antecipadamente ganham proteção contra triangularização de recursos.
- 02 de fevereiro de 2026: Implementação obrigatória para todos os participantes do Pix.
Checklist de Adequação:
- Revisão Jurídica: Incluir cláusulas de bloqueio e débito sem autorização prévia em casos de fundada suspeita de fraude nos contratos de prestação de serviços.
- Integração de APIs: Desenvolver os novos endpoints de “Recuperação de Valores” integrados ao DICT.
- Autoatendimento: Implementar a funcionalidade de contestação direta no aplicativo para reduzir o tempo de resposta e elevar o índice de sucesso no bloqueio.
Perguntas Frequentes (FAQ) sobre o PIX MED 2.0
As perguntas a seguir foram estruturadas para refletir as principais dúvidas sobre a Resolução BCB 493 e os novos fluxos de segurança do Pix.
O PIX MED 2.0 já é obrigatório para as instituições financeiras?
O cronograma oficial estabelece que a implementação se torna obrigatória para todos os participantes do Pix a partir de 02 de fevereiro de 2026. No entanto, o uso facultativo da funcionalidade de recuperação de valores começa em 23 de novembro de 2025, permitindo que instituições se protejam antecipadamente contra a triangularização de recursos.
Como funciona o bloqueio em cadeia nas 5 camadas de contas?
Diferente do modelo anterior que atingia apenas a primeira conta, o MED 2.0 rastreia os recursos através de algoritmos do DICT. Caso o valor fraudulento seja pulverizado, o sistema identifica e bloqueia o saldo em até cinco camadas de contas subsequentes para onde o dinheiro foi transferido.
Qual o prazo para a análise de uma notificação de infração?
Após o registro da contestação e o bloqueio imediato dos recursos, as instituições envolvidas têm um prazo de até 7 dias corridos para concluir a análise do caso. Se a fraude for comprovada e houver saldo, o valor deve ser devolvido ao pagador em até 96 horas após a conclusão da análise.
O MED 2.0 resolve o problema das "contas-laranja"?
Ele ataca a utilidade dessas contas ao tornar a pulverização de valores ineficaz através do bloqueio multicamadas. Complementarmente, a conformidade regulatória exige a identificação do Beneficiário Final (UBO) para detectar o uso de laranjas e empresas de fachada na estrutura societária.
Conclusão: Transformando Compliance em Vantagem Competitiva
A implementação do PIX MED 2.0 não deve ser encarada apenas como uma obrigação legal, mas como o fortalecimento da infraestrutura de confiança da sua operação. O salto na taxa de recuperação de valores — de 7% para até 80% — depende diretamente da capacidade da instituição em operar com agilidade e precisão de dados.
Processos manuais e silos de informação são os maiores aliados dos fraudadores. Ao adotar uma Plataforma de Orquestração, sua empresa elimina a burocracia do compliance tradicional e garante que as decisões de bloqueio e devolução ocorram no tempo exigido pelo regulador, sem comprometer a experiência dos clientes legítimos.
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A VAAS é a infraestrutura de decisão que unifica dados de mais de 40 fontes, biometria e agentes de IA em fluxos No-Code. Nossa tecnologia permite que sua equipe de riscos ajuste regras de aprovação e bloqueio em minutos, garantindo o rastro de auditoria exigido pelo Banco Central e a blindagem necessária contra as novas táticas de fraude.
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